segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Inefável





Memórias soltas no vento parado
Uma paz alcançada que não traz sossego
Sublimes momentos concedidos no acaso
Interrompem minha calma espiritual
Pensamentos constantes, inevitáveis
Presença de inúmeros anelos
Me tiram da realidade
Não me permitem o foco
Os sentidos esvaecem
Disgregando certezas antes reais
Inefáveis sentimentos
Buscando razão onde nunca haverá



Carolinne Bass

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Volupias





A irresistibilidade de uma gota de suor
Que desce sem pudor em suas costas quentes
Inebriante é a dança de nossos corpos
Causadora dessas gotas infames
Respirações que ofegam delirantes
Ardências flamejantes queimando
Sensatez que já sucumbiu
A exatidão de carícias precisas
Umidades são frutos dessas carícias
Olhares internos que veem dentro de si
Um cansaço de puro alívio
Relaxando ao puro gozo



Carolinne Bass

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

In Satisfação





A ideia de que estamos satisfeitos
Não passa de comodidade
Aceitamos essa condição
Apenas pelo que nos dizem que é certo

Se estamos bem para as pessoas
Jamais estaremos bem para nós mesmos
Geralmente não conseguimos perceber
Essa significante diferença

Somos seres facilmente manipulados
Fragilidade e vulnerabilidade
Habitam nossas mentes
Numa constante alienação

Tudo que parece certo
Tem um toque de erro
Tudo que parece errado
Certamente nos faz felizes

Escolhas são importantes
Análises fundamentais
Conhecer os próprios gostos
Te faz bem mais capaz

Somos o que queremos
Tudo depende de nós
A força está na vontade
E naquilo que nos satisfaz



Carolinne Bass

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Desapego





Pensamentos turvos
Vem me importunar
Me levam ao passado
Que não quero lembrar

Tentar fugir é inútil
Preciso encarar
O fato de nada
Poder apagar

É lembrando que se esquece
Encarando que se sente
Libertando-se das correntes
Que aprisionavam a mente

Quando o alivio vai chegando
Imediato e permanente
A segurança e a liberdade
Tomam conta da minha mente

Esclarece a condição
Em que precisa se lembrar
Pra ser livre de verdade
Tem que se libertar

Tudo que não vale a pena
Tem que desapegar
Permitir o que há de bom
Que o futuro lhe trará



Carolinne Bass

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Insano





Achando ser super herói
Voei em busca de nada
Sem nenhum perigo a vista
Comecei a caminhar

Conheci uma velha bruxa
Cozinheira de um bar
Colocava em seus cozidos
Jazidas e frutos do mar

Sento ao lado de um gnomo
Mau humorado por sinal
Não puxei nenhum assunto
Ele lia meus pensamentos

Me falou que estava triste
Em ver a minha solidão
Não haviam motivos de existência
Pro meu pobre coração

Ao sair do bar transtornado
Tropecei numa pedra ônix
Guardei-a em meu bolso
Apenas como recordação

Sinto algo me puxando
Me tirando daquele momento
Me vejo coçando os olhos
Estou quase acordando

As luzes do sol no meu quarto
Me mostram que foram sonhos
Não consigo acreditar
Ponho a mão no bolso

La se encontra a pedra ônix
Que guardei de recordação
Agora realmente não sei
O que é verdade ou ilusão



Carolinne Bass